data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Repordução
Quem tenta o suicídio não quer desistir da vida, o que se quer mesmo é se livrar de uma dor que se tornou insuportável. Essa é uma das falas do psicólogo Carlos Eduardo Seixas, no programa Faz Sentido, que foi ao ar no último domingo, ainda durante o Setembro Amarelo. Este tema, que ainda é tabu para muitas pessoas, foi debatido com a jornalista Fabiana Sparremberger e a participação do público por meio do quadro Deixa Fluir.
No Brasil, o Rio Grande do Sul é o terceiro Estado com mais índices de suicídio. E, a cada minuto no país, 12 mil pessoas tiram a vida por ano. Mas o programa trouxe outro dado muito importante: oito entre 10 pessoas que tentaram contra si mesmas deram sinais, ou seja, "avisaram" que não aguentavam mais viver com o que a maioria define como "uma dor invisível".
Para Fabiana, que é diretora de Jornalismo do Diário, falar em suicídio é uma questão de saúde pública.
- Ao planejar o programa, a produção não queria usar a palavra suicídio, o que demonstra a dificuldade em abordar a realidade de que, sim, as pessoas não só pensam, mas desistem de viver e se matam - explica ela.
Conforme o psicólogo Carlos Eduardo Seixas, o Cadu, mesmo que o tema seja "pesado", é fundamental que se discuta o assunto, visto que o suicídio é a terceira causa de morte de jovens adultos, entre 18 e 35 anos, e tem aumentado bastante na terceira idade.
DESESPERANÇA
Cadu explica que saber a causa do sofrimento é o primeiro passo para ajudar.
- Se fôssemos sintetizar em uma só palavra a causa disso tudo, usaríamos a desesperança. Geralmente, pessoas que não querem viver não acreditam no futuro. Se a gente depara com alguém sem planos a médio e longo prazos, devemos ficar atentos.
VOCÊ SABE ESCUTAR?
Fabiana fez treinamento para voluntariado no Centro de Valorização da Vida (CVV). Conforme ela, um dos principais aprendizados nesta experiência está relacionado à escuta empática, ou seja, saber ouvir implica em não julgar ou condenar, não dar soluções nem conselhos.
- Não falo como representante do CVV, mas por conhecer um pouco do funcionamento. Ouvir sem dar opinião faz todo o sentido ao se tratar quem está em sofrimento emocional.
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Na terapia cognitiva comportamental, segundo o psicólogo, busca-se compreender o ser humano por meio da tríade, que consiste nas seguintes percepções: que imagem ele tem de si, que imagem tem dos outros e o que espera do mundo. Essas questões podem sinalizar se a pessoa está em sofrimento ou pensando em se matar:
- Há casos em que a pessoa vive em uma desconfiança infundada, em uma paranoia, por exemplo. A opinião sobre ela mesma é extremamente negativa e de vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, os outros não são bons e, a partir disso, nada pode melhorar ou funcionar bem. É preciso estar atento a tudo isso para, então, buscar ajuda e tentar reverter este quadro. Já, quando essa pessoa julga os outros muito melhores, entende que não chegará a esse patamar. Com isso, ela passa a ter uma visão de mundo abreviada.
Mesmo os estados mais graves de depressão têm solução. Há várias possibilidades de uma nova esperança - conclui Cadu.
PROGRAMA FAZ SENTIDO
- Quando - Neste domingo, o programa debate o tema: "Você tem conseguido fazer a gestão do próprio tempo?"
- Horário - 11h
- Como acompanhar - Pela CDN, 93,5 FM, e pela TV Diário, nos canais 26 e 526 da NET, no YouTube da TV Diário e site do Diário. Apresentado por Fabiana Sparremberger e Carlos Eduardo Seixas
ASSUNTO AINDA É TABU
No quadro Deixa Fluir, a reportagem perguntou: "você já pensou em tirar a própria vida"? Poucas pessoas responderam, o que destaca, mais uma vez, o quanto o assunto é evitado e,também, a importância de se insistir em falar e informar sobre o suicídio. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um importante ponto de ajuda e atende pelo número 188, 24 horas por dia. A ligação é gratuita.